segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Concreto!


Concreto! Tudo que eu vejo
é feito de concreto
Até alguns beijos
até alguns afetos

Eu não quero morrer aqui
no meio das putas, alcoólatras e drogados
Me leve de junto a ti
Para Paris, Roma ou Stalingrado

Não quero ter a rotina dos automóveis
Ser robô da minha necessidade capitalista
Buscar dinheiro, móveis e imóveis.
Prefiro morrer espatifado na pista.

Entendes o que estou falando?
Nós somos fodas demais, não vagabundos
Não nascemos para ver o mundo girando
Mas sim para girarmos o mundo.

 Nota do autor: poema feito como crítica a monotonia da vida urbana.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Quem vive, não precisa existir


 Me deseje como me vê
E saberá que não existo
Tente me ver de outra forma
E saberá que não existo
Me veja como um poeta jovem
Daqueles que lutam por anarquia
Pense que sento em uma cadeira,
Acendo um cigarro e deixo a fumaça falar por mim
E assim verás que não existo
Ou me interprete como um 'riquinho' arrombado
Que escreve sobre o mar e a lua
Para sua amada plebeia
E todos sabemos que eu não existo
Existir é para os fracos
Os transeuntes existem
O seu professor de biologia existe
Mas pessoas como nós
Nunca irão existir
Nós apenas vamos viver
Sem um termo idiota para nos descrever
Não sou poeta, escritor nem nada disso
Os melhores escritores não existiam
Eles eram vivos, coisa que muitos acham que são
Mas só é vivo de verdade, quem já teve medo de existir.

Nota do autor: não precisa, existir é uma merda e não precisa explicar.


Autobiografia Disfarçada


 O som de um carro velho
A barba grisalha de um velho
Uma casa situada em um beco
As formas abstratas dos muros
O suor na testa de um trabalhador
As cinzas e bitucas de cigarros
Que um dia foram úteis
Para acelerar uma morte
Totalmente inevitável
O som dos cães latindo
Que mostram a ausência
De qualquer felino
Os pássaros cantando
Com medo das grades de ferro
O espelho mostra algo que eu não gosto
E em maio sempre é frio

O cabelo grande
Os cigarros baratos
Antidepressivos na mesa
Um pote com comida
Um livro lido pela metade

Isso, é uma verdadeira autobiografia

Nota do autor: Poema feito em maio/2018. Define basicamente oque é meu dia a dia. 


Ansiedade

Ansioso por um livro
Ansioso até não suportar
Para ansiedade, nunca precisei de motivo
A minha ansiedade é simplesmente estar

Sufocado por meus pensamentos
Na incerteza do futuro próximo
A felicidade é como o vento
E eu não sei o que é estar "ótimo"

Inspirado na tristeza, sou!
E disso não me orgulho
O amor é uma piscina que esvaziou
Cego de amor, eu mergulho

Quem vê meu riso
Não vê meu pranto
Deitado sob o piso
Lembro que te amo tanto

Ser ansioso, para mim
É querer algo que não existe
E se eu sou assim
Eu também sou triste

Nota do escritor: poema feito no mês de maio de 2018, um dos períodos em que eu mais sofri devido a depressão/ ansiedade.

Prédio

Os impulsos alucinados
Causam pulsos cortados
Os remédios não evitam lampejos
E os prédios são tudo o que eu vejo

E quando eu estiver no parapeito
Repensando qualidades e defeitos
Pensarei em você, pensarei nela
Ela que amei e me deixou sequelas

Mas será que meu amor por você
Fará eu me arrepender
De ter subido no prédio mais alto?
Só irei saber quando estiver no ato.




Nota do autor: este poema foi criado durante uma crise existencial. Nos versos, questiono a possibilidade de eu me arrepender de tentar suicídio pelo fato de eu amar alguém. A resposta no poema é inconclusiva, mas eu explico: Sim.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Amor é amar sem ter noção do terror



Fumo meu cigarro
Como quem lê uma poesia
Perto do amor bizarro
Fiz o que ninguém faria

Me entrego, me jogo
É como me atirar de um penhasco
Te amei desde o prólogo
E por isso, me chamaste de fraco

Procuro o amor perfeito
Como quem procura calor na neve
Quero te levar no peito
Mas também quero que me leve

Esperei demais de ti, perdão
Não foi só tu que erraste
Meu amor era forte, o seu não
O seu era um enorme desastre






Sobre este poema: Foi feito para uma ex namorada que de certa forma, agravou meu estado depressivo. Decepções que se tornaram águas passadas, mas que, permaneceram vivas em minhas poesias.



Concreto!

Concreto! Tudo que eu vejo é feito de concreto Até alguns beijos até alguns afetos Eu não quero morrer aqui no...